Deus escreve direito por linhas tortas
Muitas vezes não compreendemos os desígnios de Deus: questionamos, choramos, gritamos, ficamos tristes, revoltados e indisciplinados.
Mas, Ele na Sua infinita Misericórdia que nós não conseguimos alcançar, estende a mão para nos amparar e ajudar a trilhar o Caminho que delineou para cada um.
Deus é tão poderoso que quando pensamos que estamos sozinhos é mera ilusão, pois Ele sempre nos conforta principalmente nos momentos difíceis. Temos de estar atentos para escutar com os ouvidos do coração, o itinerário e o melhor meio de transporte para calcorrear o Caminho da Salvação.
Aprendamos e saibamos inclinar-nos em acto de humildade reconhecendo que Deus é Pai e que deverá ser sempre o bastão, onde nos devemos segurar.
Esta história retrata bem o poder de Deus e que Ele escreve direito por linhas tortas:
Depois de um naufrágio, o único sobrevivente agradeceu a Deus por estar vivo e ter conseguido agarrar-se a uma parte dos destroços para ficar a boiar.
Foi parar a uma pequena ilha deserta e desabitada, e fora de qualquer rota de navegação mas, uma vez mais, ele estava grato a Deus. Com muita dificuldade e com os restos dos destroços do barco, conseguiu montar um pequeno abrigo para que pudesse estar protegido do sol, da chuva e dos animais ferozes e, também, para estarem seguros os seus poucos pertences.
Os dias passavam e este pobre homem sem vislumbrar forma de o salvarem deste tormento. Os dias e as noites eram iguais. Os alimentos a pouco e pouco iam acabando e a angústia tomava conta dele. Mas, mesmo assim, ele erguia os olhos ao Céu e agradecia.
Um dia quando regressava de, uma vez mais, ir arranjar mantimentos encontrou o seu pobre abrigo a arder.
No meio de tanto desespero, a revolta foi ainda mais forte, tomou conta e ele gritou com os olhos marejados de lágrimas: “O pouco que eu tinha, perdi. Meu Deus, por que fizeste isto comigo?” “Que mal fiz eu, que agora nada me resta e estou à mercê dos animais ferozes e sem qualquer resguardo”.
Chorou tanto que, de cansaço, adormeceu profundamente. No dia seguinte muito cedo, acordou com o barulho de um barco que se aproximava. “Viemos resgatá-lo” – disseram-lhe. Ele responde: ”mas como souberam que eu estava aqui perdido? “Vimos o sinal de fumo que nos mandou “– respondeu-lhe alguém da embarcação.
Nesta altura este homem compreende que os desígnios de Deus, afinal, são insondáveis e, que ao ter confiado, consegue entender que Ele o tenha salvo.
É normal, que nos sintamos como o sobrevivente desta história – desesperados e angustiados quando as coisas não têm o rumo que gostaríamos que tivessem.
Mas Deus nunca nos abandona, mesmo, nos momentos mais difíceis de dor e turbulentos das nossas vidas. É, justamente, nestes instantes de tanto cansaço que chega a hora de também fazer um sinal de fumo para Ele nos carregar ao colo, porque forças já não temos.
Na vida de cada um nem sempre brilha o sol e nem tudo são rosas. Também há dias cinzentos, turbulência e espinhos. A sabedoria está em conseguir transformar os espinhos em rosas e fazer entrar o sol pelas frestas pequeninas do telhado das nossas almas e, assim, compor momentos de amor a Deus e aos outros, em cada um dos nossos dias.
Deus está onde O deixam entrar.
I.A.
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