A Transfiguração de Jesus
Jesus tomou consigo os discípulos: Pedro, João e Tiago e subiu com eles ao Monte Tabor para rezar. Enquanto orava transfigurou-se, isto é, o Seu rosto resplandeceu como o Sol e as Suas vestes tornaram-se brancas como a Luz.
Nesse momento apareceram Moisés e Elias que falam com Jesus e contam o que Lhe irá acontecer: a morte na Cruz em Jerusalém.
Os discípulos estão radiantes e contentes por estarem perto, mas não aceitam que o Mestre tenha de passar pela morte horrível na Cruz. Eles já acreditavam em Jesus mas, agora, têm uma certeza – Ele é realmente o Salvador e o Filho de Deus.
Pedro está tão feliz que não quer afastar-se de Jesus, nem ir embora daquele lugar e diz ” Mestre, é bom estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias “(Lc 9, 28-33; Mt 17, 1-4; Mc 9, 2-5).
Pedro não chegou a ouvir a resposta de Jesus pois, uma nuvem brilhante apareceu e ouve-se uma voz dizer: “Este é o meu Filho muito amado, escutai-O.” Os discípulos prostraram-se e inclinaram-se receosos, mas Jesus aproximou-se e tocando-os, pediu-lhes para que não tivessem medo. Quando os discípulos olharam para o Céu, Elias e Moisés já não estavam.
Mais tarde Jesus e os Seus discípulos desceram do Monte. Então, Ele pediu-lhes que não contassem nada a ninguém sobre o que aconteceu até que o “Filho do Homem” ressuscitasse dos mortos, mas eles não entendem muito bem o que é que o Mestre lhes quer dizer.
É no 2º domingo da Quaresma que meditamos nesta experiência de Jesus. É neste mesmo domingo que a Igreja revive a Procissão dos Passos em que Jesus, carregando a Cruz, encontra a Sua Mãe, que em silêncio sofre, e juntos num trajecto de dor e angústia, com um povo que abraça este sofrimento, percorrem as ruas até à Igreja. Este percurso pode ser mais curto ou mais longo, até nalguns casos difícil de fazer, com subidas, mas nada comparável com a dor deste Filho e de Sua Mãe.
Faz sentido impregnarmos nesta dor, sentirmos algum cansaço, sentirmos sede, pois nesses instantes estreitamos no nosso coração Jesus ensanguentado e triste. Maria, ao lado, não contém as lágrimas e sofre também sem dizer uma palavra. Que estes dias, que nos separam da Páscoa, sirvam para uma reflexão profunda, façam mergulhar bem dentro do íntimo de cada um de nós e brotar ao de cima o arrependimento pelas faltas cometidas.
Jesus veio para salvar os pecadores e não os que não precisavam de ser salvos. Há mais alegria nos Céus por um pecador que se arrepende do que por 99 justos que não precisam de perdão. Tenhamos a humildade de buscar o perdão porque Ele esboçará um sorriso e dirá ”os teus pecados estão perdoados, vai e não voltes a pecar”.
Abrir o coração, deixar brotar os espinhos que tanto picam e, de joelhos, implorar contritamente o perdão, às vezes, é difícil.
Mas Ele disse: “Àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos“, (João 20:23).
Imploremos, nesta Páscoa, o perdão para as nossas faltas e experimentemos uma vida diferente e plena das bênçãos do Céu.
I. A.