A Nossa Missão na Terra

A Nossa Missão na Terra

Quem quiser ser o primeiro entre vós, faça-se servo de todos (Mc, 10-44). Estas palavras foram ditas por Jesus, aos seus discípulos.

Agnes Gonxha Bojaxhiu, nascida na antiga Jugoslávia, hoje Albânia,  resolveu entrar com 18 anos para o noviciado. Ia aos lugares mais pobres ajudar os mais necessitados. Partiu para a Índia e foi dar aulas. Era professora. Em 1946, quando viajava  de comboio, Jesus falou-lhe ao coração e pediu uma missão bem mais arrojada. Abandonou o colégio e as aulas, e foi viver definitivamente com os pobres. Conseguiu a nacionalidade indiana, pedia ajuda nas ruas e tratava dos doentes e dos que tinham fome. Fundou em 1950 uma congregação de religiosas – “Missionárias da Caridade” que estendeu a muitos outros pontos do globo. Ficou mundialmente conhecida como Madre Teresa de Calcutá e foi elevada aos altares.

Além  da Madre Teresa de Calcutá, também outras pessoas fantásticas como Mahatma Gandhi, João Paulo II, Martim Luther King, Dom Bosco  e  outros que em todo o mundo deixaram um legado de fraternidade, paz, abnegação e caridade.

Temos inúmeros casos que não viveram para si mas, para o próximo e a grande maioria de uma forma anónima. Dedicaram toda a vida aos outros, confortando com uma palavra amiga ou diminuindo-lhes a dor e o sofrimento.

Todos nós viemos à Terra com uma missão, não para sermos mais um,  nem para apenas fazermos parte da estatística.

Qual a nossa missão? Intrigante e interessante a pergunta. Gigantes como eles, talvez não, mas todos nós temos uma missão. Não viemos aqui passar férias. A cada um de nós, Deus entregou nas mãos dons para os fazermos render e sempre em prol dos outros. Não podemos viver uma vida e depois chegarmos junto d’Ele, com os dons intactos e de mãos vazias.

No dia a dia também nós nos deparamos muitas vezes com a pergunta que Jesus fez ao discípulo: “Pedro tu me amas? Apascenta as Minhas ovelhas” (Jo 21,1-19). Às vezes não respondemos, outras dizemos que sim, mas  o nosso comportamento indica precisamente o contrário. E Ele volta a perguntar como o fez há 2000 anos, uma e outra vez e talvez também à terceira, oiçamos.

Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, as portas do inferno não prevalecerão contra Ela“( Mt, 16,28) – disse Jesus e nós todos temos também de ser pedras do grande edíficio que é o Reino dos Céus. Pedro recebeu as chaves deste Reino, e Jesus ainda acrescentou: “ o que ligares na Terra será ligado nos Ceús; e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Ceús.” (Mt 16,18-19).

As profissões de cariz humanitário, quase sempre, são como uma missão.  Um bom professor, um bom médico, um bom psicólogo, um bom assistente social, uma boa educadora, um bom advogado e porque não, uma boa mãe, são alguns dos exemplos. Além da nossa profissão, podemos e devemos exercer uma missão do Senhor, aqui na Terra. Os que olham a sua profissão apenas como uma fonte de rendimento, não colocando os dons que Deus lhes deu ao serviço dos outros, são mercenários da profissão. Podemos ajudar o próximo, independente da sua cor, religião, ideologia política ou condição social, repartindo o pão e praticando o bem, pois Deus é Amor.

 “Eu vivo, mas já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim” (Gálatas 2,20). Esta passagem da Bíblia ilustra bem a comunhão plena e a entrega total de Paulo, ao Senhor Jesus.

Deus também confiou aos sucessores dos Seus discípulos uma missão, mais exigente e comprometedora: a de conduzir o Seu povo pelos caminhos do Evangelho e  Jesus pede, a cada um, que sejam exemplos a seguir.

Jesus não ilude nem engana. Seguindo o caminho do Amor e do Bem não tenhamos receio que Ele  cumpre tudo o que promete. A Fé e a Esperança são os alicerces da nossa vida.
Mas a nossa missão aqui na Terra também é suportar a nossa cruz. Jesus disse: “Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.” (Mt 16,24).

Pois quem quiser salvar a sua vida, tem de perdê-la; mas quem perder a vida por Minha causa salvá-la-á. Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou arruinar-se a si próprio?”. ( Lc9,22-25).

“Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz;
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé;
Onde houver erros, que eu leve a verdade;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei com que eu procure mais consolar,
que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado;
Pois é dando que se recebe;
É perdoando, que se é perdoado;
E é morrendo que se vive para a vida eterna”.

(S. Francisco de Assis)
I.A.

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