«Por tradição apostólica que remonta ao próprio dia da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal todos os oito dias, no dia que se denomina, com toda a propriedade, dia do Senhor ou Domingo» (Vat II, SC 106).
O dia da ressurreição de Cristo é, ao mesmo tempo, o «primeiro dia da semana» (Jo 20,1), memorial do primeiro dia da criação, e o «oitavo dia» em que Cristo, após o seu «repouso» do grande sábado, inaugura o «dia que o Senhor fez», o «dia que não conhece ocaso» (Sl 117, liturgia bizantina).
A «Ceia do Senhor» (1Cor 11,20) é o seu centro, porque é nela que toda a comunidade dos fiéis encontra o Senhor ressuscitado, que os convida para o seu banquete (Jo 21,12; Lc 24,30).
«O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso dia. Chama-se dia do Senhor por isso mesmo: porque foi nesse dia que o Senhor subiu vitorioso para junto do Pai. Se os pagãos lhe chamam dia do Sol, também nós de bom grado o confessamos: porque hoje se ergueu a luz do mundo, hoje apareceu o sol da justiça, cujos raios nos trazem a salvação» (São Jerónimo; Mal 3,20).
O Domingo é o dia por excelência da assembleia litúrgica, em que os fiéis se reúnem «para, ouvindo a Palavra de Deus e participando na Eucaristia, fazerem memória da paixão, ressurreição e glória do Senhor Jesus, e darem graças a Deus, que os “regenerou para uma esperança viva pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos”» (SC 106; 1Ped 1,3).
«Quando meditamos, ó Cristo, nas maravilhas que tiveram lugar neste dia de domingo da tua santa ressurreição, dizemos: Bendito o dia de Domingo, porque nele teve início a criação, a salvação do mundo, a renovação do género humano. Foi nesse dia que o céu e a terra se congratularam. Bendito o dia de Domingo, porque nele foram abertas as portas do paraíso, para que Adão e todos os proscritos nele entrassem sem temor» (liturgia siríaca de Antioquia).
Catecismo da Igreja Católica
§§1166-1167