Do alto do céu, Deus oferece a todos os homens as riquezas da sua graça. Ele próprio é a fonte da salvação e a luz de onde emana eternamente a misericórdia e a bondade.
Mas nem todos os homens tiram proveito da sua força e da sua graça pelo exercício perfeito da virtude e a realização das suas maravilhas; só o fazem aqueles que puseram as suas realizações em prática e que provaram por atos o seu apego a Deus, aqueles que se afastaram completamente do mal, que aderem firmemente aos mandamentos de Deus e que fixam o seu olhar espiritual em Cristo, Sol de justiça (Mal 3,20).
Do alto do céu, Cristo oferece aos que combatem o socorro do seu braço, e exorta-os com estas palavras do Evangelho: «A todo aquele que se tiver declarado por Mim diante dos homens também Eu Me declararei por ele diante do meu Pai que está nos Céus».
Enquanto servidores de Deus, os santos declaram-se por Cristo nesta vida passageira e diante dos homens mortais; fazem-no por um curto espaço de tempo e na presença de um pequeno número de homens. Mas nosso Senhor Jesus Cristo declara-Se por nós no mundo da eternidade, diante de Deus seu Pai, rodeado dos anjos e dos arcanjos e de todas as forças do céu, na presença de todos os homens, desde Adão até ao fim dos séculos.
Porque todos ressuscitarão e serão julgados no tribunal de Cristo. Então, na presença de todos e à vista de todos, Ele dará a conhecer, glorificará e coroará aqueles que Lhe provaram a sua fé até ao fim.
Gregório Palamas (1296-1359), monge, bispo e teólogo
Sermão para o Domingo de todos os Santos