«Tu, que maravilhosamente criaste o homem e mais maravilhosamente ainda restabeleceste a sua dignidade»
Jesus Cristo nasceu, dai-Lhe glória! Cristo desceu dos céus, correi para Ele! Cristo veio à Terra, exaltai-O! «Cantai ao Senhor, Terra inteira. Alegria no céu; Terra, exulta de alegria!» (Sl 96,1.11).
Descendo do céu, Ele vem habitar no meio dos homens. Estremecei de temor e de alegria: de temor por causa do pecado; de alegria em razão da esperança. Hoje, as sombras dissipam-se e a luz eleva-se sobre o mundo; como outrora no Egipto envolto em trevas, hoje uma coluna de fogo ilumina Israel.
O povo, que estava sentado nas trevas da ignorância, contempla hoje essa imensa luz do verdadeiro conhecimento porque «o mundo antigo desapareceu, todas as coisas são novas» (2Cor 5,17). A letra recua, o espírito triunfa (Rom 7,6); a prefiguração passa, a verdade aparece (Col 2,17).
Aquele que nos deu a existência quer também inundar-nos de felicidade; a incarnação do Filho devolve-nos a felicidade que o pecado nos havia feito perder.
Nesta solenidade, saudamos a vinda de Deus ao meio dos homens para que possamos regressar para junto de Deus; a fim de que nos despojemos do homem velho e nos revistamos do homem novo (Col 3,9); a fim de que, mortos em Adão, vivamos em Cristo (1Cor 15,22).
Celebremos pois este dia, cheios de uma alegria divina, não mundana, mas uma verdadeira alegria celeste. Que festa, este mistério de Cristo! Ele é a minha plenitude, o meu novo nascimento.
São Gregório de Nazianzo (330-390), bispo, doutor da Igreja
Sermão n° 38, para a Natividade