Os dons imensos com que o Senhor cumulou o povo cristão elevam-no a uma inestimável dignidade. Não há, e nunca houve, com efeito, nação alguma cujos deuses estivessem tão próximos de nós como o está o nosso Deus (cf Dt 4,7).
O Filho unigénito de Deus, no propósito de nos tornar participantes da Sua divindade, assumiu a nossa natureza e fez-Se homem para divinizar os homens.
Tudo o que tomou de nós, pô-lo ao serviço da nossa salvação. Porque, para nossa reconciliação, Ele ofereceu o Seu corpo a Deus Pai no altar da cruz; e verteu o Seu sangue como penhor para nos resgatar da condição de escravos e nos purificar de todos os pecados pelo banho da regeneração.
Para que permaneça junto de nós a contínua lembrança de tão grande dom, deixou aos crentes o Seu corpo como alimento e o Seu sangue como bebida, nas espécies do pão e do vinho.
Ó admirável e precioso festim que nos dá a salvação e tem a doçura em plenitude! Que poderíamos encontrar de mais precioso que esta refeição, onde o que nos é oferecido não é carne de vitelo nem de cabrito, mas Cristo, o verdadeiro Deus?
São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, doutor da Igreja
Leituras para a festa do Corpo de Deus