Porque escondeste

«Porque escondeste estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos»

Recorda-Te de que, ao olhares para os campos,

O Teu Coração Divino antecipava a ceifa (Jo 4,35)

Erguendo os olhos para a santa montanha

Murmuravas o nome de todos os Teus eleitos

Para que a Tua ceifa fosse logo feita.

A cada dia, meu Deus, imolo-me e peço

Que as minhas alegrias e prantos

Sejam pelos Teus ceifeiros.

Recorda-Te.

Recorda-Te daquele Condenado de sofrimento esgotado

Que gritou, voltando-Se para o céu:

«Vereis o Filho do Homem sentado à direita do Poder» (Mc 14,62)

Que Ele era o Filho de Deus, ninguém queria acreditar (Mt 27,40ss),

Porque estava escondida a sua inefável glória.

Ó Príncipe da Paz (Is 9,5),

Eu reconheço-Te,

Eu creio em Ti!

Recorda-Te.

Recorda-Te de que, no dia da Tua vitória,

Nos dizias: «Porque Me viste, acreditaste.

Felizes os que crêem sem terem visto» (Jo 20,29)

Na sombra da fé, amo-Te e adoro-Te

Ó Jesus! Para Te ver, espero em paz a aurora,

Que o meu desejo não é

Ver-Te aqui na Terra.

Recorda-Te.

Recorda-Te que, ao ires ter com o Pai,

Não podias deixar-nos órfãos

E, fazendo-Te prisioneiro na Terra,

Soubeste esconder os Teus raios divinos.

Mas a sombra do Teu véu é luminosa e pura,

Pão vivo da fé, alimento celeste (Jo 6,35),

Ó mistério de amor!

O Pão nosso de cada dia, para mim,

És Tu, Jesus!

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja
Poema «Jesus, meu amado, recorda-Te!»; estr. 15, 23, 27-28

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