O Filho do Homem

«O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.»

Recorda-Te da glória do Pai

Recorda-Te dos divinos esplendores

Que deixaste quando Te exilaste na terra

Para resgatares os pobres pecadores.

Ó Jésus! Abaixando-Te ao ventre da Virgem Maria,

Ocultaste a tua grandeza e a tua glória infinitas

Ah! Do seio materno,

Que foi o teu segundo céu,

Recorda-Te. […]

Recorda-Te que noutras paragens

Os astros de ouro e a lua de prata,

Que contemplo no azul sem nuvens,

Rejubilaram, encantados com teus olhos de Menino.

Na mãozinha com que acariciavas Maria

Sustentavas o mundo e davas-lhe a vida.

E pensavas em mim,

Jesus, meu Rei,

Recorda-Te.

Recorda-Te que na solidão

Trabalhavas com tuas divinas mãos.

Viver oculto foi o teu suave estudo,

Rejeitaste o saber dos humanos.

A Ti, que com uma palavra sabias encantar o mundo,

Agradou-Te ocultar a tua sabedoria profunda.

Parecias ignorante,

Ó Senhor omnipotente!

Recorda-Te.

Recorda-Te que, estrangeiro neste mundo,

Andaste errante, Tu, o Verbo eterno,

Nada tinhas, nem sequer uma pedra,

Nem um abrigo, como as aves do céu.

Ó Jesus! Vem repousar em mim,

Vem, que minha alma está pronta para Te receber,

Meu amado Salvador,

Repousa no meu coração,

que é teu.

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja
Poesia «Jesus, meu amado, recorda-Te!»; str. 1, 6-8

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