O caminho para Jerusalém
O peso da nossa fragilidade faz-nos pender para as realidades deste mundo; o fogo do teu amor, Senhor, eleva-nos e conduz-nos às realidades do alto, para onde subimos pelo impulso do nosso coração, cantando os salmos das elevações; e deixando-nos queimar pelo teu fogo, o fogo da tua bondade, que nos transporta.
Para onde nos levas tu? Para a paz da Jerusalém celeste: «Que alegria quando me disseram: vamos para a casa do Senhor!» (Sl 121,1). Só o desejo de aí permanecer eternamente nos fará chegar.
Enquanto estamos neste corpo, encaminhamo-nos para Ti. Não temos aqui cidade permanente; procuramos sem cessar a nossa morada na cidade futura (Heb 13,14).
Que a Tua graça me conduza, Senhor, para o fundo do meu coração, para aí cantar o Teu amor, meu Rei e meu Deus.
E, recordando esta Jerusalém celeste, o meu coração ascenderá para Jerusalém, minha verdadeira pátria, Jerusalém, minha verdadeira mãe (Gal 4,26).
Tu és o seu Rei, a sua luz, o seu defensor, o seu protector, o seu pastor; Tu és a sua alegria inalterável; a Tua bondade é a fonte de todos os seus bens inexprimíveis, Tu, meu Deus e minha misericórdia divina.
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Meditações, capítulo 18