Fazemos parte do Corpo de Cristo
Deus criou-nos à Sua imagem e semelhança e dotou cada um de nós de dons que deverão ser aplicados exaustivamente ao serviço de Cristo e dos outros, e assim crescemos espiritualmente ao trabalhar na grande messe do Senhor.
Com os dons recebidos de Deus Pai, cada um de nós é membro de um só Corpo. Há muitos dons, dos mais diversos, mas todos cooperam para o bem e trabalham para a admirável obra de Deus. Quando nos submetemos verdadeiramente a Cristo em obediência ao Evangelho, Ele acrescenta-nos ao Seu Corpo Espiritual que é a Igreja.
Ao fazermos parte do Corpo Místico de Cristo, a nossa vida deverá ter uma orientação muito concreta e firme e não aos zig zags, e ser gasta até ao último segundo numa oferenda permanente de Amor até atingir a plenitude n’Ele.
Estejamos sempre gratos por Ele nos ter feito com todo o cuidado usando moldes únicos, que quebrou de seguida, para não nos fazer todos iguais. Por isso somos ímpares e excepcionais.
E é nesta diversidade que devemos amar o nosso semelhante. Não é fácil, principalmente, com aqueles que nos magoam e a quem nós também magoamos. “Um pedir desculpas” ou “um pedir perdão” tornam-se palavras tão difíceis de pronunciar e acorrentam-nos muitas vezes aos agrilhões da inimizade, da angústia e do pecado.
E aí ficamos à espera que o tempo componha o que muitas vezes só o gesto e a palavra conseguem. O tempo, esse grande remédio para muita coisa, em muitos casos cristaliza e não cura a ferida. Vem o orgulho que nos impede de dar o passo, pois achamos que estamos certos, o pior é que quem nos magoou também acha isso. Desta forma viramos costas ao grande mandamento e único que Jesus nos deixou.
“E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em acção, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus Pai” (Colossenses 3:17).
No Corpo de Cristo cada um tem uma aparência e personalidade diferentes, mas isso não deveria nunca constituir um obstáculo de separação e não deveríamos conseguir ficar distantes uns dos outros. Devíamos, sim, ser atraídos pelo magnetismo do amor de Deus derramado pelo Espírito Santo no nosso coração. Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também somos nós com Cristo.
Fomos enxertados no Corpo de Cristo, no Baptismo, o primeiro Sacramento que nos configurou com Ele e daí para a frente não deveríamos parar mais. A Fé precisa ser exercitada e renovada diariamente na Eucaristia, na Oração, no cumprimento dos Mandamentos, na escuta da Palavra, na entrega aos outros e são nestes gestos e comportamentos que abraçamos o corpo ensanguentado e sofrido de Jesus.
No Corpo de Cristo, comungamos a Fé . Devemos persistir nessa Fé, porque ela é a base da comunhão.
“O corpo não é feito de um só membro, mas de muitos. Se o pé disser: “Porque não sou mão, não pertenço ao corpo”, nem por isso deixa de fazer parte do corpo. E se o ouvido disser: “Porque não sou olho, não pertenço ao corpo”, nem por isso deixa de fazer parte do corpo. Se todo o corpo fosse olho, onde estaria a audição? Se todo o corpo fosse ouvido, onde estaria o olfacto? Deus colocou cada um dos membros no corpo, segundo a Sua vontade e todos com um objectivo. Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, há muitos membros, mas apenas um só corpo. Até os membros do corpo que parecem ser mais fracos, são indispensáveis e não podemos dizer que “não fazem falta nenhuma” pois a mais pequena dor nos incomoda”.
Assim é no Corpo de Cristo onde nós todos nos situamos e para que não haja divisão do Corpo, todos os membros terão de olhar uns pelos os outros. Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele. Nunca poderemos dizer as palavras “não faz mal, não faz falta nenhuma”, pois todos têm o seu lugar, a sua missão.
A Igreja é lugar de silêncio, de paz e de comunhão com Deus e com os irmãos.
Para a Igreja ser o que ela é e estender-se bem longe, toda ela precisa ser viva, dinâmica e espera o contributo de cada um de nós.
“Sejam bondosos e compassivos uns com os outros , perdoando-se mutuamente assim como Deus perdoou em Cristo”( Efésios 4:32).
Quando apagamos a luz e ficamos na escuridão, e isso tantas vezes acontece, precisamos que Cristo nos venha resgatar. É o modo de novamente a Luz verdadeira brilhar em nós.
I.A.