É Natal
Nesta altura do ano quando chegamos a um Centro Comercial ficamos deslumbrados com as luzes, que apontam directamente para pinheiros decorados com bolas reluzentes tendo no chão caixas embrulhadas em papéis coloridos, simulando os presentes. Não pode faltar um homem trajado de fato vermelho com barbas brancas, gorro vermelho e branco na cabeça que tendo viajado de trenó puxado a renas, transporta um saco às costas, apinhado de presentes para as crianças.
E é este o quadro, com que nos deparamos, que nos faz lembrar o Natal.
Percebemos que estas exibições tornam-se confusas, a ponto de o significado do Natal estar um pouco esquecido em substituição dos novos personagens que compõem esta nova história: Pai Natal, luzes, enfeites, cores, presentes, banquetes ou festas.
O real enredo que mudou a história da humanidade aconteceu nos arredores de uma pequena terrinha, e os personagens eram pastores, uns reis magos e uns quantos animais. Não havia grandes ostentações, nem luzes, nem árvores de Natal, nem coloridos. Apenas um único presente. O mais importante dos presentes – O Menino Jesus e a Sua Sagrada Família.
Então , sim, descobrimos o verdadeiro significado do Natal: Jesus nasceu.
O Seu nascimento é motivo de louvor, porque Ele intercede por todos os homens, oferecendo gratuitamente o perdão dos pecados e a vida eterna. Jesus merece o louvor e o amor, porque é Rei, mas não um rei cujo trono se estende no mundo pelo poder. Jesus é o Rei, cujo Reino está dentro dos corações dos que têm Fé e transmite-se nas Suas palavras de Vida, Graça e Amor.
Na Noite de Natal os cânticos celestiais, nas vozes quase angelicais, com toda a mística envolvente e a presença viva do Redentor prestes a nascer, invadem a nossa alma e as emoções afloram fazendo em muitos de nós as lágrimas surgirem e sem autorização deslizam baixinho. É um misto de felicidade e tristeza, por um lado é Noite de Natal, por outro a saudade faz-nos lembrar os Natais da infância onde as pessoas que deles faziam parte, hoje, não estão. Partiram. E a nostalgia e a mágoa tomam conta de nós, acabando por decalcar de mansinho as lembranças, que durante tantos anos foram realidade.
O Natal de Jesus é um momento marcante mas ainda continua a ser ignorado e desconhecido na vida de muitos, alguns tão próximos de nós. E é a esperança, que nos prende com fios de convicção à expectativa de o próximo Natal trazer todos ao Banquete. Quem não tem esperança, não vive. Os dias passam mas o ideal de verdadeira vida falta. O desespero acorrentado pelo medo, preso com as algemas da ansiedade, nunca é tocado pelos acordes da música da esperança e, deste modo, Jesus não encontra uma manjedoura para nascer.
Há duas datas marcantes na vida de cada um de nós: uma foi o nascimento e a outra será o dia em que partiremos para o Pai. E é essa data da partida, dos mais próximos, que convive no nosso dia a dia e na Noite de Natal é bastião da ferida que o tempo não consegue sarar. As gotículas de água, que rolam pela face, revelam arrependimento e dor conjugados com o sentimento mais nobre que preenche o nosso coração – o amor e sustentam a confiança de um dia também estarmos frente a frente com Ele e revê-los.
O Natal só pode ter um único significado – Jesus que se faz morada em cada um de nós. Que este Menino seja portador de paz, harmonia e amor para toda a humanidade.
I.A.